Home » Tap

Tap

Um Início Tumultuado!

Indo para São Paulo para inicar nossa aventura!
Amigos, começo me desculpado. Esta página do diário vai ser longa e com poucas fotos. E embora pareça um filme de terror, é tudo realidade. Viajantes de primeira viagem, não se apavorem. Estas coisas quase nunca acontecem (pelo menos não todas elas com a mesma pessoa na mesma viagem…).
São momentos como estes que me fazem pensar duas vezes em indicar a principiantes viajar sem o apoio de uma agência de viagens. Porque quando tudo dá certo, perfeito… mas quando as coisas não saem como planejado, é preciso ter muita experiência ou muito jogo de cintura, e principalmente conseguir se comunicar em alguma língua.
Saguão do Ibis Guarulhos (Taxi R$ 180,00 de Congonhas)

Bom, vamos lá! Já estávamos em SP desde o dia anterior, e ficamos no Ibis Guarulhos (estamos quase desistindo do Ibis… mais de meia hora na fila do Check in, isso que só tinham três pessoas na frente).

Fomos para o aeroporto (o taxi saiu R$ 45,00, mas o transfer saia apenas 13:30, e fizemos o check out ao meio dia), e chegamos três horas antes para o check in. Gente, parênteses aqui. Eu já tinha feito o check in on line, e já tinha os cartões de embarque impressos.

Vale muito à pena fazer isso, pois você pega uma fila muito menor, só para despachar as malas, e já garante os lugares! Algumas empresas aceitam o check in 24h antes, e algumas até 72 horas. É só entrar no site da Cia Aérea e sempre tem um link para Web Check in. Anotem esta dica! Vejam abaixo como é fácil:

Tudo foi muito rápido, e já na ala internacional resolvemos descansar uma hora no Fast Sleep ala internacional (R$ 86,00 o quarto duplo, e R$70,00 ocupação individual, criança não paga).
Ele fica no segundo andar da área de embarque, tem uma escada do lado direito antes do Dutty Free da entrada. É um pouquinho longe, fica depois das salas Vips dos bancos.
Corredor para o Fast Sleep
Entrada Fast Sleep ala internacional
Quarto Fast Sleep

Meia hora antes seguimos para a área de embarque, e o portão mudou e teríamos que pegar ônibus (o que foi uma constante nesta viagem). A Tap não é muito rigorosa com horário. O embarque teve início no horário em que o avião deveria estar decolando, e acabou saindo com uma hora e meia de atraso.

Expectativa… embarcando para Europa!

O atendimento dos comissários da Tap foi muito bom, e a comida também. As poltronas não tinham TV individual, mas o espaço das poltronas é bom para os padrões econômicos. O vôo foi tranquilo, porque tomei um rivotril sublingual para a minha síndrome das pernas inquietas (gente, não é para rir, é uma condição médica verdadeira, reconhecida, e que atinge cerca de 10% da população, e inclusive consta da receita do rivotril, podem procurar no google).

Como o vôo estava bastante atrasado, os passageiros começaram a se preocupar. É claro que quando os vários passageiros perguntavam sobre as conexões (acho que ninguém iria ficar em Portugal), os comissários diziam que a conexão iria esperar os passageiros. Eu até ri na hora. Nunca acreditem nisso. Não é verdade.

Então, durante o vôo, eu já sabia que perderíamos a nossa conexão, que era de apenas 1:40h. Mas imaginei que deveria haver outro vôo logo em seguida, então não me preocupei.
Chegando em Lisboa, eles anunciam no autofalante que os passageiros com conexão deveriam entrar em contato com o pessoal de terra. Bom, essa foi a grande piada de português da viagem. Quando desembarcamos não havia nem um só funcionário da TAP. Mas tudo bem, porque tínhamos ainda que passar na alfândega, o que levou quase uma hora.

Depois de liberados da alfândega, chegamos na área de embarque internacional (o aeroporto de Lisboa tem uma área de embarque internacional com várias lojas e uma linda praça de alimentação perto dos portões de embarque para outros países da Europa, e essa parte fica depois da alfândega (ou antes da alfândega para quem está voltando para o Brasil).

Bom, o local é como uma praça de alimentação de shopping. E, claro, não tinha nem um funcionário da Tap em nenhum lugar à vista. Só um monte de passageiros olhando para os lados como baratas tontas sem saber o que fazer.
Mas tinha um balcão de atendimento, admito. O problema é que na frente desse balcão tinham todos os passageiros de um vôo vindo da Africa, e eles estavam furiosos porque também perderam a conexão, e pelo jeito não tinha mais vôos para o destino deles (não entendi direito porque eles só falavam francês). Mas o problema de todos eles era o mesmo, e não era resolvido. Foi uma situação bem chata, e até a polícia foi chamada, e a gente naquela fila simplesmente gigantesca. Mas os policiais foram super respeitosos com todo mundo, e tiveram muita calma.
Eu perguntei para um funcionário que estava passando se não tinha outra fila, outra forma de ser atendida, e ela me disse que seria melhor eu ir passear e voltar em mais ou menos 3 horas… sério? Bom, essa não era uma opção né, afinal, eu não sabia nem quando seria o próximo vôo para Frankfurt, porque os monitores mostravam os vôos apenas para a próxima hora e meia, ou menos (isso eu achei o fim, o aeroporto tinha que encontrar uma forma de informar pelo menos os vôos das próximas 3 horas).
Bom, ficamos tentando formar uma fila, mas era impossível por causa da quantidade de gente, e todo mundo muito cansado depois de uma noite de viagem. Os africanos raivosos, os brasileiros rindo da situação, e nisso acabamos ficando duas horas e meia na fila, até que um atendente ficou com pena da Ellerim (que era a única criança na fila) e passou a gente na frente. Isso já eram 11:00h (deveríamos estar quase chegando em Frankfurt para aproveitar o nosso único dia na cidade). A má notícia é que o único vôo para Frankfurt era apenas às 14:30h. Tudo bem, nem é tão mal assim. Recebemos novos cartões de embarque e16 Euros por pessoa para almoçar.
Aliás, a comida no aeroporto estava ótima, e com o dinheiro deu para comer bem, uns sanduíches lindos, uma salada deliciosa e pastéis de nata (pastéis de Belém). Foi um almoço bem gostoso. O Aeroporto é super legal, com muitas lojas e restaurantes, e uma praça de alimentação um pouco mais afastada que imita uma rua, e tem poltronas confortáveis para descansar. Mas já não sabia mais o que fazer para distrair a Ellerim. Ainda bem que tinha levado bastante coisinhas na mala de mão, e ainda compramos uns bichinhos no free shop.
Ellerim, feliz com seus bichinhos de pelúcia comprados nas lojas do free shop de Lisboa

Chegando perto do horário de embarque formos para frente do portão, mas nada de funcionários ou qualquer informação por ali. Apenas no monitor apareceu que o vôo estava atrasado, mas não dizia quanto tempo. E ali esperamos mais duas horas.

Seguindo para o portão de embarque no Aeroporto de Lisboa
Bichinhos da Ellerim com lugar especial na mala de mão…
Quando embarcamos já passava das quatro horas, e tínhamos um vôo de 3 horas pela frente.
Mas finalmente estávamos quase chegando!

Ellerim no avião a caminho de Frankfurt

E então, quando já tínhamos decolado, eles anunciaram que como estavam viajando com o número mínimo de comissários exigidos para segurança, o vôo não teria serviço de bordo… Sério???

Estávamos sem comer nada desde às 11:30h, já passavam das 16:00h e ficaríamos três horas no vôo sem qualquer comida e bebida? Sim, sério, aconteceu isso mesmo! Nossa, isso foi realmente cansativo. Mas ainda assim não perdemos a esportiva. E eu, como boa mãe prevenida, tinha bastante pediasure para a Ellerim, então pelo menos ela não passou fome.

Dona Ane pisando em solo alemão pela primeira vez! (pena que foi com o pé esquerdo rsrsrsrs)
Ônibus entre o avião e a ala de desembarque em Frankfurt

Chegamos no aeroporto passando das oito horas (por causa da uma hora a mais no fuso em relação à Portugal) e fomos direto buscar as malas, pois dentro da Europa não tem mais alfândega. Pegamos aqueles carrinhos maravilhosos (em outro post vou falar sobre como pegar os carrinhos, e como se recebe de volta os 2 Euros de depósito). 

Aguardando as malas no aeroporto de Frankfurt, com carrinho de malas gratuito (exige depósito de 2 Euros)
Na esteira estavam saindo malas de 3 vôos, por isso não sabíamos quais eram as malas no nosso vôo, e ficamos esperando… por 1 hora!!! Depois de uma hora saiu o número do nosso vôo da esteira. Fala sério, isso não está acontecendo.

A nossa grande sorte é que sempre levamos o carrinho da Ellerim até a porta do avião, e não despachamos.

Os três esperando enquanto eu resolvia “as coisas”
 
Fiquei pensando o que faria uma pessoa sem experiência e que não fala inglês numa hora dessas.
Bom, fui direto nos dois lugares que eles guardam as malas que chegaram em vôos anteriores, e encontrei o booster (cadeirinha) da Ellerim (ufa), mas nada das malas, nenhuma delas.
Fui para o atendimento da Luftansa, e a atendente ficou tentando me convencer que eu não tinha visto a esteira certa, ou não procurei nos locais certos, até que consegui convencer a mulher de que já tinha checado tudo naquela uma hora de espera. Ela então pesquisou no computador, e verificou que realmente as malas estavam ainda em Lisboa, e que só chegariam no dia seguinte. Mas no dia seguinte era nossa viagem de Frankfurt para Munique, e disse que poderíamos esperar até duas da tarde pelas malas. Ela então pediu o endereço do hotel de Munique, e disse que entregariam em Monique no dia seguinte mesmo. Claro que tudo isso levou mais uma hora (e a gente sem comer).

Como já era muito tarde, resolvemos pegar o carro antes de comer. Seguimos para a Sixt, que é a maior locadora de veículos da Alemanha. Muito boa e fácil de achar. Fomos atendidos logo, e eu já tinha feito o Check In, então era só apresentar a CNH, o cartão de crédito e pegar a chave. E assim foi… mas é claro que não podia ser tão fácil né!

O estacionamento das locadoras fica dentro do aeroporto, em vários andares, e é tudo muito bem organizado, separado em centenas para indicar o andar, e dezenas para indicar a entrada para o estacionamento, e tudo com elevador e escadas (gente, desculpa, mas nessa hora eu não conseguia mais tirar fotos, o que foi uma pena, pois seriam bem didáticas).
Quando chegamos no carro (uns 10 minutos de caminhada), era tão pequeno que as malas de mão encheram o porta malas! Eu queria matar o Mauro, porque essa foi a única coisa que eu pedi para ele conferir de toda a organização da viagem. Bom, lá fomos nós fazer todo o caminho de volta até o balcão para trocar de carro. Feita a troca por um Audi um pouco mais caro, voltamos para a garagem. O tamanho era bom, mas quando entramos no carro, o cheiro de cigarro era tão forte que não aguentamos! Sério mesmo, ninguém pode ter taaaanto azar assim.
Bom, voltamos para o balcão (já com vergonha). Nessa hora eu já estava brincando com a Ellerim igual aquele pai no filme “A Vida é Bela”, fazendo de conta que tudo fazia parte da brincadeira.
Estávamos tão cansados que resolvemos arrebentar a boca do balão, e alugamos a BMW (protagonista do maior mico da viagem), e que era maravilhosa. Saiu cerca de US$ 1.600,00 por 18 dias. Gente, sério, já eram onze horas! E daí veio o Mico… bom, com esse estado de ânimo, levamos mais uns 10 minutos para trocar a língua do GPS para Português, e mais uns 10 para o Mauro parar de ficar embasbacado com o carro.
Seguimos então para o Hotel Zeil, bem no centro, e já fomos admirando a cidade, que é linda. E, chegando no hotel, adivinhem! O estacionamento estava lotado!!! Mas pelo menos a gente chegou né, não vamos nos abalar. O Mauro em um estacionamento público perto do hotel (ainda bem que na Alemanha tudo funciona). E não tinha quase nada para carregar mesmo…

Check in feito, deixamos as malas de mão no quarto, já era quase meia noite, e eu perguntei para o dono do Hotel onde a gente podia comer.Isso foi engraçado. Ele me olhou como se eu fosse louca, depois apontou para o relógio e perguntou se eu sabia que horas eram. Eu perguntei se tinha uma farmácia por perto, pelo menos, e ele me olhou como se eu fosse mais louca ainda.

Bom, não convencidos (e mortos de fome) saímos para ter certeza, porque no caminho vimos alguns barzinhos abertos. Mas não é que todos estavam fechando, e já com a cozinha fechada mesmo! Não sei se é lei, mas na Alemanha todos os restaurantes fecham as cozinhas às onze horas, e realmente não adianta implorar! Nossa, fiquei passada. Não sabíamos o que fazer. E a Ellerim, tadinha, acho que estava tão cansada que nem reclamava de nada.

Pub Irlandês em Frankfurt, nosso único refúgio

Paramos então em um Pub Irlandês, e por pura pena o barman arranjou amendoins, Doritos e batata chips! Nossa, nunca comi com tanto gosto. Acompanhando, um chopp (amarrrrrgo).

Foto tirada por Ellerim!
 

Como o resto do pessoal do local estava só na cerveja, o ambiente era bem alegre! Dá para ter uma ideia no vídeo, que eu nem vi o Mauro filmando:


Fomos para o hotel tomar banho e dormir perto das três da madrugada, simplesmente quebrados, e sem nossas malas (e sem pijamas)!

Quarto família do Hotel Zeil no centro de Frankfurt
Nessa hora eu e o Mauro começamos a ficar desconfiados que a Dona Ane era pé frio… e o pior é que essa desconfiança se confirmou durante a viagem!!!!